ATA DA DÉCIMA QUINTA REUNIÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 25-07-2007.

 


Aos vinte e cinco dias do mês de julho do ano de dois mil e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Comissão Representativa da Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e quarenta e cinco minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Guilherme Barbosa, João Antonio Dib, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes e Maria Celeste, Titulares, e pela Vereadora Sofia Cavedon, Não-Titular. Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Reunião, compareceram os Vereadores Bernardino Vendruscolo e Mario Fraga e as Vereadoras Clênia Maranhão e Neuza Canabarro, Titulares, e os Vereadores Elias Vidal e José Ismael Heinen, Não-Titulares. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, os Pedidos de Providência nos 2288 a 2291, 2382 e 2427/07; pelo Vereador Alceu Brasinha, os Pedidos de Providência nos 2287, 2335, 2380 e 2381/07; pelo Vereador Aldacir Oliboni, os Pedidos de Providência nos 2325 a 2334/07; pelo Vereador Almerindo Filho, o Pedido de Providência no 2286/07; pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, os Pedidos de Providência nos 2383, 2428, 2429 e 2430/07; pelo Vereador Carlos Todeschini, o Pedido de Providência no 2284/07; pelo Vereador Guilherme Barbosa, o Pedido de Providência no 2431/07; pelo Vereador João Antonio Dib, o Pedido de Informação no 109/07 (Processo nº 5019/07); pelo Vereador João Carlos Nedel, os Pedidos de Providência nos 2285, 2417, 2418, 2432 e 2433/07; pelo Vereador Márcio Bins Ely, os Pedidos de Providência nos 2354, 2369, 2374 e 2377/07; pela Vereadora Margarete Moraes, os Pedidos de Providência nos 2336, 2379 e 2416/07; pela Vereadora Maria Celeste, o Pedido de Informação no 108/07 (Processo nº 5014/07); pela Vereadora Maria Luiza, as Indicações nos 085, 086, 087, 088, 089, 090, 091 e 092/07 (Processos nos 4791, 4807, 4864, 5001, 5002, 5003, 5004 e 5009/07, respectivamente) e os Pedidos de Providência nos 2292 a 2324, 2337 a 2353, 2355 a 2368, 2370 a 2373, 2375, 2376, 2378, 2384 a 2415 e 2420 a 2426/07; pelo Vereador Sebastião Melo, o Pedido de Providência nº 2419/07. Na ocasião, foram apregoados Comunicados do Vereador Adeli Sell, Líder da Bancada do Partido dos Trabalhadores, informando que, na presente Reunião, os Vereadores Aldacir Oliboni e Carlos Comassetto serão substituídos na titularidade da Comissão Representativa, respectivamente, pelos Vereadores Guilherme Barbosa e Marcelo Danéris, nos termos do artigo 83, parágrafo único, do Regimento. Também, foi apregoado Comunicado do Vereador João Antonio Dib, Líder da Bancada do Partido Progressista, informando que, na presente Reunião, Sua Excelência substituirá o Vereador João Carlos Nedel, nos termos do artigo 83, parágrafo único, do Regimento. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios: s/nº, da Câmara dos Deputados, emitido em 04/06/07; s/nº, da Câmara dos Deputados, emitido em 26/06/07; 0076/07, do Senhor Antonio Sérgio Alves Vidigal, Secretário de Políticas Públicas de Emprego do Ministério do Trabalho; 1117/07, do Senhor Luis Antônio Alcoba de Freitas; 1608/07, do Senhor Valdemir Colla, Superintendente Regional da Caixa Econômica Federal – CEF –; 5308/07, do Senhor José Carlos Silva de Deus, Diretor-Geral do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul. Durante a Sessão, constatada a existência de quórum deliberativo, foram aprovadas as Atas da Oitava, Décima e Décima Primeira Reuniões Ordinárias e as Atas Declaratórias da Nona, Décima Segunda e Décima Terceira Reuniões Ordinárias da Terceira Comissão Representativa. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Mario Fraga apoiou as medidas adotadas pelo Senhor Milton Zuanazzi, Presidente da Agência Nacional de Aviação Civil, para minimizar as dificuldades existentes no Aeroporto de Congonhas, enfatizando a necessidade de que o Governo Federal e a Infraero tomem providências para evitar a ocorrência de acidentes no tráfego aéreo brasileiro. Também, noticiou a inauguração de creche no Bairro Restinga e elogiou a programação cultural elaborada pela Secretaria Municipal da Cultura. O Vereador João Antonio Dib teceu considerações sobre os Requerimentos constantes na Ordem do Dia, julgando que essas proposições deveriam ser arquivadas ao final de cada Sessão Legislativa e advertindo que algumas delas referem-se a situações ultrapassadas. Além disso, sugeriu a realização de alterações no Regimento deste Legislativo, opinando que a Comissão Representativa deveria constituir-se mediante inscrição dos Senhores Vereadores para participação nas Reuniões. O Vereador Guilherme Barbosa discorreu sobre as responsabilidades no acidente com o avião da TAM e reportou-se a expressões, consideradas indecorosas, do Senhor Marco Aurélio Garcia, Assessor Especial da Presidência da República, relativamente a esse episódio. Finalizando, aludiu a alterações promovidas pelo Governo Federal na distribuição de verbas públicas para aplicação no Programa de Aceleração do Crescimento. O Vereador Adeli Sell discutiu as políticas públicas de segurança do Município, apontando deficiências nas medidas adotadas para evitar atos de violência cometidos no transporte público e opinando que a regulamentação na venda de bebidas alcoólicas não diminui a ocorrência de criminalidade em estabelecimentos noturnos. Além disso, avaliou que a Secretaria da Segurança Pública do Estado deve priorizar o combate a episódios de furto em escolas de Porto Alegre. A Vereadora Neuza Canabarro considerou injustificada a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Câmara Municipal de Porto Alegre para investigar possível vinculação com fraude de selos postais ocorrida na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. Também, criticou as manifestações do Senhor Marco Aurélio Garcia referentes às causas do acidente com avião da empresa TAM, avaliando que, como membro do Governo, Sua Senhoria é parcialmente responsável pelo sinistro. A Vereadora Margarete Moraes cumprimentou o Vereador João Antonio Dib pelo transcurso, ontem, do seu aniversário, e referiu-se ao Congresso Estadual do Partido dos Trabalhadores, afirmando que, nesse evento, surgiram novas propostas relativas às metas e à organização dessa legenda. Ainda, defendeu a apuração rigorosa das causas do acidente ocorrido com avião da TAM e contestou manifestações publicadas na imprensa, sobre possíveis irregularidades neste Legislativo. Na oportunidade, a Senhora Presidenta registrou o transcurso dos aniversários dos Vereadores Alceu Brasinha e João Antonio Dib, respectivamente, nos dias dezessete e vinte e quatro de julho do corrente, procedendo à entrega, em nome da Mesa Diretora, de cartões de felicitações a Suas Excelências. O Vereador Luiz Braz, enfatizando que a fiscalização dos aeroportos é encargo da Agência Nacional de Aviação Civil, questionou posicionamentos assumidos pelos órgãos responsáveis pelo sistema de tráfego aéreo do País no referente ao acidente ocorrido no Aeroporto Internacional de Congonhas, no dia dezessete deste mês. Nesse sentido, manifestou-se quanto à possibilidade de negociação, pelo Governo Federal, de ações da Infraero. A Vereadora Clênia Maranhão discorreu sobre o acidente ocorrido no Aeroporto Internacional de Congonhas, destacando que o assunto não pode ser transformado em batalha política, porém devem ser investigadas as responsabilidades desse desastre. Ainda, enfatizou ações do Governo Municipal, citando creche inaugurada no Bairro Restinga e convênio firmado para reassentamento de moradores da Vila Dab Dab, localizada em área entre a Avenida Frederico Mentz e a Rua Voluntários da Pátria. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador José Ismael Heinen solidarizou-se com os familiares das vítimas do acidente ocorrido no Aeroporto Internacional de Congonhas, afirmando que se observa omissão no encaminhamento do assunto pelos órgãos governamentais. Da mesma forma, considerou inoportuna a concessão, pela Força Aérea Brasileira, no dia vinte de julho do corrente, da Medalha de Mérito Santos Dumont a dirigentes da Agência Nacional de Aviação Civil. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Bernardino Vendruscolo saudou os motoristas pelo transcurso, hoje, do Dia de São Cristóvão. Também, solicitou o apoio dos Senhores Vereadores ao Projeto de Lei Legislativo nº 037/06 e citou os resultados positivos, em termos de arrecadação de tributos, decorrentes da aprovação, por este Legislativo, do parcelamento do Imposto sobre a transmissão “inter-vivos” – ITBI. Finalizando abordou o acidente ocorrido no Aeroporto Internacional de Congonhas. A Vereadora Sofia Cavedon reportou-se aos discursos efetuados nesta Sessão, acerca do acidente no Aeroporto Internacional de Congonhas. Além disso, afirmou que a Secretaria Municipal de Educação tem se mostrado lenta no atendimento de reivindicações da comunidade, em especial quanto a carências de infra-estrutura e recursos humanos em escolas públicas, e classificou como preocupante a decisão do Governo Estadual, de vender ações do Banco do Estado do Rio Grande do Sul. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Clênia Maranhão replicou críticas à Secretária Municipal de Educação, hoje formuladas pela Vereadora Sofia Cavedon, em Comunicações, elogiando políticas do Governo Municipal na área de assistência à criança e ao adolescente. Ainda, avaliou como positivos debates desenvolvidos na Cidade, sob a coordenação da Secretaria do Planejamento Municipal, referentes ao Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre. O Vereador Mario Fraga homenageou os motoristas pela passagem do Dia de São Cristóvão. Igualmente, defendeu a gestão do Prefeito José Fogaça e asseverou que têm sido solucionados problemas já existentes à época em que o Partido dos Trabalhadores se encontrava na direção do Município, enfatizando melhorias verificadas por Sua Excelência junto ao sistema de transporte coletivo de passageiros e nas áreas de educação, de planejamento urbano e de assistência a menores carentes. O Vereador Adeli Sell saudou os motoristas, comentando os altos níveis de responsabilidade exigidos pelas tarefas exercidas por esses profissionais, e lembrou a comemoração, hoje, do Dia do Agricultor. Ainda, propugnou por mais diálogo entre o Governo Municipal e a comunidade e afirmou que falhas na fiscalização da Prefeitura, falta de manutenção das vias públicas e atrasos e paralisações de obras estão causando transtornos e trazendo sérios prejuízos financeiros à população. O Vereador João Antonio Dib considerou excessivo o número de Parlamentares que compõe o Poder Legislativo no País, seja em nível federal, estadual ou municipal, asseverando que a redução desse número viabilizaria mais agilidade e eficácia nos trabalhos realizados pela classe política. Nesse sentido, enfocou a abrangência da atuação de Vereadores e Deputados, enfatizando a importância da função fiscalizadora, em especial no relativo à execução orçamentária pelo Poder Executivo. Na ocasião, o Vereador Mario Fraga manifestou-se acerca do teor do pronunciamento do Vereador João Antonio Dib, em Comunicação de Líder. Às onze horas e trinta e quatro minutos, constatada a inexistência de quórum, a Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Reunião Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelas Vereadoras Maria Celeste e Neuza Canabarro e secretariados pelo Vereador Alceu Brasinha. Do que eu, Alceu Brasinha, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após aprovada pela Mesa Diretora, nos termos do artigo 149, parágrafo único, do Regimento, será assinada pela maioria dos seus integrantes.

 

 


A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Mario Fraga está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. MARIO FRAGA: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste pela TVCâmara, estamos no período de Comunicações. Venho a esta tribuna para dar um depoimento sobre o acidente que aconteceu no aeroporto de Congonhas, venho lamentar o ocorrido e pedir também providências. Aparentemente estão tomando as providências, mas desde o acidente ocorrido em setembro do ano passado - no qual perdi um conhecido, um amigo - até hoje não houve uma resolução para o que aconteceu. E agora acontece novamente um acidente, para a nossa infelicidade, nós, brasileiros, mas principalmente nós, Ver. Brasinha, gaúchos, que perdemos tantas e tantas pessoas que residiam no nosso Estado. Então eu venho de público, Ver. João Antonio Dib, lamentar e cobrar, principalmente, das autoridades responsáveis. E lá está o nosso amigo, ex-Vereador aqui da Casa, Milton Zuanazzi, que ontem, parece-me, tomou uma decisão sábia: a ANAC proibiu a venda de passagens bem como a saída dos aviões em Congonhas. Espero, assim, que a Infraero faça a mesma coisa e que o Milton, a Infraero e o Governo Lula, do qual o PDT também faz parte, tomem providências mais sérias para que não aconteçam mais, pelo amor de Deus, esses acidentes que aconteceram no último ano - o de setembro e o da terça-feira passada.

Falando em coisa boa, nós, que fazemos parte do Governo Fogaça, no meio de tantas críticas que o Governo recebe aqui nesta Casa, nesses dois anos e meio, Ver. Brasinha, queremos lembrar que a nossa Cidade está aí com alguns problemas, mas continua andando, com um novo Governo, com o Governo Fogaça. Os problemas que a Cidade tem são os mesmos de tempos atrás.

 

(Aparte anti-regimental da Verª Sofia Cavedon.)

 

O SR. MARIO FRAGA: A Verª Sofia faz referência, baixinho, aqui, dizendo que eles estão piores. Eu não quero trazer o que aconteceu há dez anos, Verª Sofia, mas, com relação ao nosso ensino - Vossa Excelência foi Secretária de Educação do Município -, o que mudou do seu Governo, da sua Administração para cá? A senhora pode me responder mais adiante. O que mudou? Não mudou nada. A Secretária Marilú tem batalhado, tem trabalhado. Na segunda-feira, ela inaugurou mais uma creche no bairro Restinga. Ela tem inaugurado creches, há mais oito para serem inauguradas, Ver. Brasinha, e assim nós vamos indo. Lá na Escola Neuza Goulart, no Loteamento Cavalhada, os dois turnos estão funcionando. Em algumas escolas, os dois turnos estão funcionando, e a gente espera que o nosso Governo implemente, no próximo ano, esses dois turnos em outras escolas, pois isso é muito importante. Essa é uma das nossas batalhas, é a nossa bandeira, é a bandeira do PDT.

Eu queria aproveitar para fazer um elogio a um Secretário. Há pouco eu cumprimentei a Verª Margarete Moraes, que foi Secretária da Cultura. Como eu tenho ficado mais próximo do Sergius Gonzaga, tenho acompanhado o trabalho do Secretário, tenho visto o quanto ele se desdobra para fazer alguma coisa numa Secretaria que não tem o peso que a comunidade cobra. Nesta semana começou a programação do Festival de Inverno aqui em Porto Alegre, Ver. Brasinha. Eu falei rapidamente, na semana passada, com o Sergius Gonzaga, ele me deu uma programação extensa, Ver. Guilherme Barbosa, do Festival de Inverno, que, repito, está acontecendo esta semana em Porto Alegre. E fiquei pensando, Ver. Brasinha, demais Vereadores, Vereadora-Presidente, que eu ainda não havia pronunciado o nome do Sergius Gonzaga aqui nesta tribuna, nem para fazer um elogio. No entanto, há dois anos e meio, o Sergius Gonzaga, Ver. Brasinha, se mata por esta Cidade. Quando eu cumprimentei a Verª Margarete Moraes, que fez um excelente trabalho na Secretaria de Cultura, eu lembrei que nem os Vereadores de oposição, nem os Vereadores da situação elogiam ou cobram alguma coisa. Então, eu venho, neste momento, fazer um elogio ao trabalho do Sergius Gonzaga, pois a Cultura, na cidade de Porto Alegre, está funcionando, a Usina do Gasômetro está funcionando, e agora também o Teatro Elis Regina, que tinha uma sala, terá o seu lugar de destaque, numa parceria com a RBS. Por enquanto, muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Com a presença de dez Titulares nesta Comissão Representativa, coloco em votação as Atas já disponíveis nas pastas públicas do correio eletrônico, quais sejam: Ata da 8ª Reunião Ordinária, Ata Declaratória da 9ª Reunião Ordinária, Ata da 10º Reunião Ordinária, Ata da 11ª Reunião Ordinária, Ata Declaratória da 12ª Reunião Ordinária, Ata Declaratória da 13ª Reunião Ordinária. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADAS.

A Verª Margarete Moraes está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) O Ver. Luiz Braz está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu acho que o Regimento da Casa deveria ser modificado, pois a Comissão Representativa trabalha muito, pode-se ver pela quantidade de Pedidos de Providências e Pedidos de Informações veiculados pelos Vereadores neste momento da Comissão Representativa. Mas eu acho que a Comissão Representativa deveria se constituir como se faz a Pauta: os interessados em participar da Comissão Representativa se inscrevem e participam. Então nós teríamos 19 Vereadores interessados e teríamos, inclusive, razões para votar os Requerimentos que nós podemos votar, sem dúvida nenhuma. Agora, eu acho também que os ilustrados colegas deveriam ter mais cuidado com os pedidos de Moção de Solidariedade e Moção de Repúdio; e também, se venceu o ano e não foram votados, eles têm que ser arquivados. Hoje nós temos 12 Requerimentos para serem votados, mas provavelmente não tenhamos quórum, porque se precisa de dez Vereadores para ter quórum, o que talvez não haja.

A Comissão de Defesa do Consumidor, Diretos Humanos e Segurança Urbana quer uma Moção de Solidariedade pelo elevado mérito de uma instituição. Ora, há um Prêmio de Honra ao Mérito. (Lê.) “Requer a constituição de Comissão Especial para estudo e implementação do Distrito Industrial da Restinga.” Esta semana o Prefeito inaugurou três obras, que já estão funcionando, dando empregos na Restinga.

(Lê.) “Requer a constituição de Comissão Especial para elaboração de proposta de Plano de Carreira para os profissionais de saúde do Município de Porto Alegre.” Eu acho importante este aqui, mas é de outubro do ano passado, e nós não votamos.

(Lê.) “Requer Moção de Apoio ao Movimento criado pela Federação Nacional dos Clubes Sociais e Esportivos do Brasil em favor de uma lei federal de incentivo ao esporte.” Eu acho até que já foi votado no Congresso Nacional.

(Lê.) “Requer Moção de Repúdio ao INSS pelo tratamento dado aos aposentados e pensionistas.” Não sei se isso tem validade, inclusive o autor já não é mais Vereador, e sim Deputado Estadual.

Há uma Moção de Solidariedade à Polícia Federal do Estado do Rio Grande do Sul pela ação que teve, evitando o assalto ao Banrisul e à Caixa Econômica Federal com aquele túnel que foi construído. Mas isso é do dia 21 de setembro de 2006, já está desatualizado, não tem sentido mandar agora, vão pensar mesmo que a Câmara não trabalha!

(Lê.) “Requer a constituição de Comissão Especial para examinar e construir um diagnóstico sobre a situação do atendimento à Educação Infantil na cidade de Porto Alegre.” Acho até que, quando se trata de Educação, tem que ser estudado mesmo. O Ver. Mario Fraga, agora, disse das dificuldades que enfrenta a Secretária de Educação, e que, apesar das dificuldades, vencendo as dificuldades, a Secretaria até consegue construir muito para Porto Alegre.

(Lê.) “Requer Moção de Repúdio ao teste de uso de bomba atômica pela Coréia do Norte.” É de 30 de outubro do ano passado. O Presidente da Coréia do Norte, quando receber a Moção de Repúdio da Câmara Municipal, acho até que pede demissão, renuncia ao cargo.

(Lê.) “Requer Moção de Repúdio ao Presidente da Câmara dos Deputados, por retornar à discussão do projeto sobre a fixação do foro especial aos exercentes de funções públicas.” Não vou discutir, porque não sou jurista.

(Lê.) “Requer Moção de Repúdio, pela retirada da pauta de votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) referente ao percentual de repasse ao Fundo de Participação dos Municípios.” É de maio deste ano, mas acho que o 1% que acresce no Fundo de Participação do Município já foi até aprovado.

Há uma Moção de Repúdio ao Presidente Venezuelano Hugo Chávez por não ter renovado a cessão do canal de televisão. Eu acho que o Presidente Hugo Chávez também vai renunciar!

(Lê.) “Requer que seja convidado o Sr. José Francisco Mallmann, Secretário de Segurança, para falar acerca da violência ligada ao consumo de álcool - Lei Seca.” Acho que a Câmara Municipal tem mais o que fazer, e o Secretário de Segurança muito mais do que nós, porque ele tem que cuidar da Segurança e não fazer palestra sobre a Lei Seca; nós podemos ler tudo que está sendo feito através dos jornais da cidade de Porto Alegre.

Portanto, eu acho que nós temos que simplificar; como dizia aquele guru indiano para o americano rico que tinha muitos problemas: “Simplifica, meu filho, simplifica.” Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Desiste. O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Srª Presidente, colegas Vereadoras e Vereadores, eu também quero opinar um pouco sobre o grave acidente ocorrido na semana passada com o avião da TAM e sobre todo o desdobramento que nós temos visto.

Já no outro dia depois do acidente, a Deputada Federal Luciana Genro decretava na imprensa que a culpa era do Governo, por problemas na pista. A Aeronáutica está dizendo que vai levar dez meses para que todo o acidente seja desvendado, e a gente acompanha e vê que esse também é um procedimento semelhante em nível internacional. Deve haver uma prudência muito grande em esclarecer esse tipo de acidente, e tem um monte de gente que não é do ramo, assim como eu, dizendo qual foi a causa do acidente. Há um jornal daqui do nosso Estado que tem várias dezenas de páginas todos os dias, inclusive hoje, quarta-feira, 25 de julho, desdobrando, desdobrando, desdobrando - acho que todo o mundo não está agüentando mais isso. Então eu sou daqueles que têm opinião de que devemos investigar se a culpa foi do Governo, da TAM, do sistema, ou não; vamos esperar mais um pouquinho para ver de quem realmente foi a culpa.

Em segundo lugar, quero dizer claramente que a vida política reproduz, na verdade, aquilo que vai na sociedade. Mas o cinismo na militância política às vezes ultrapassa aquilo que vai na sociedade. É o caso, por exemplo, da condenação, da execração enorme que estão tentando fazer sobre o Marco Aurélio Garcia, que é um conterrâneo gaúcho, muito educado - quem o conhece sabe -, que, dentro do seu gabinete, sem saber que estava sendo filmado de uma maneira quase voyeur pela câmera da Globo, fez um gesto de alívio - ao ver o noticiário da TV Globo - quando se começava a levantar uma suspeita sobre as condições mecânicas do avião. Portanto, não estava em público e não comemorou. Ontem eu ouvi na Rádio Guaíba o comentarista dizer que ele estava comemorando a morte das pessoas. Ora, vamos parar de mentir assim, descaradamente! Ele estava, sim, com aquele gesto que todo mundo sabe qual foi, dizendo que aqueles que estavam acusando o Governo agora tinham se ralado. Neste Plenário muitos dizem palavrão, alto e baixo; não faz muito tempo um Vereador chamou, alto e bom som, o meu Líder de “suíno”. Portanto, são reações humanas que devem ser entendidas, e ele estava recolhido no seu gabinete, não estava numa manifestação pública. Portanto, por favor... Era melhor não ter feito? Sim, era melhor; agora, a interpretação que está sendo dada é desonesta, é mentirosa, é uma vergonha!

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Guilherme Barbosa, nós não podemos esquecer que os analistas de plantão são exagerados, mas também não podemos esquecer da antena parabólica que fez com que o Ministro da Fazenda Ricupero renunciasse, porque foi flagrado. O homem público tem que estar sempre atento às coisas que faz e diz.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Mas veja: ninguém interpretou o conteúdo do que ele disse, o conteúdo mencionado era claro; agora, está se interpretando o que o gesto significou, aí é que não dá para aceitar.

Por último, rapidamente, gostaria de dizer que ontem fiquei muito contente com uma notícia dos jornais dizendo que a União vai liberar 6,8 bilhões de reais para o Orçamento, modificando o critério do superávit primário, em vez de estar amarrado em percentual ao PIB e com um valor determinado de 53 bilhões de reais, que já é muito, para pagar juros e assim por diante, e pelo crescimento da economia, que já se registra. Com isso nós vamos ter mais recursos para aplicar no PAC - Programa de Aceleração do Crescimento -, o que, com certeza, vai trazer um processo positivo de crescimento. Ao investir mais em infra-estrutura de estrada, de habitação e de saneamento, nós vamos fazer com que a nossa economia seja realimentada, portanto crescendo mais do que hoje já cresce. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Desiste. O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ADELI SELL: Verª Maria Celeste, colegas Vereadoras e Vereadores, é impossível deixar de tratar as questões de insegurança na cidade de Porto Alegre. No ano de 2006, houve 375 assaltos apenas aos ônibus da CARRIS. As senhoras e os senhores entenderam o número que eu dei? Na CARRIS, em 2006, houve 375 assaltos e, nestes primeiros seis meses, 290. E a Direção da empresa está muda. Não fala. Deveria estar todos os dias na porta da Secretaria de Segurança Pública deste Estado pedindo blitze nos ônibus de Porto Alegre. Eu sou daqueles que vêm aqui, defendi e defendo o método das blitze, mas não com hora e local anunciados como foi feito na semana passada. Isso é ridículo para quem sabe e entende minimamente de Segurança Pública. Blitze, como o próprio nome diz, é algo que acontece instantaneamente, como um relâmpago. E isso se faz de forma sorrateira. É assim que tem que ser trabalhada a blitz, é assim que tem de ser trabalhada a blitz nos coletivos de Porto Alegre.

Ontem pela manhã - não na CARRIS, mas num ônibus que vinha da Cruzeiro -, uma pessoa foi agredida brutalmente e roubada. E isso não aparece nas páginas dos jornais e nos noticiários. É escondido, é omitido da população. Os funcionários da CARRIS vivem sob um estresse profundo. Pior do que isso: eu recebi uma denúncia de que os roubos que ultrapassarem o valor de 50 passagens são descontados dos funcionários. Se isso não for verdadeiro, que o Diretor da CARRIS prove e desminta as pessoas que trouxeram essa informação ao meu Gabinete. Se não for desmentido, cabalmente, com provas, eu digo e vou repetir aqui que isso é verdadeiro.

Eu estou muito preocupado com essa situação, como estou preocupado com a situação das escolas de Porto Alegre. Dentro dos 15 itens de prioridade da Secretaria de Segurança Pública deste Estado, a insegurança, os roubos e os furtos às escolas não aparecem. Não aparecem! Mas nós tivemos a Escola Mariz e Barros, no bairro Mário Quintana, assaltada duas vezes seguidas. Nós temos violência nas escolas, nós temos violência na portas dos colégios. Eu recebi denúncia do colégio Emílio Massot: na porta do Emílio Massot, os traficantes constrangem a gurizada. Há violências dentro das escolas que não aparecem! Eu já me manifestei em relação à Secretaria de Segurança Pública, à Secretaria de Educação do Estado e não obtive nenhum retorno.

Porto Alegre é a campeã de roubo e furto de veículos, já ultrapassou o Rio de Janeiro. Os Vereadores que estavam comigo na Comissão que tratou desse tema - o Ismael Heinen, Vice-Presidente; Luiz Braz, Neuza Canabarro, Maria Luiza, Todeschini e outros - acompanharam essa questão e sabem da gravidade. Nós fomos surpreendidos na sexta-feira por uma notícia de jornal com data, hora e local marcados para uma blitz que haveria na Cidade Baixa! Isso é brincar de fazer Segurança Pública! E aqui está um Vereador que sempre defendeu o método das blitze, mas essas blitze são equivocadas. Isso não é blitz. Nós temos graves problemas, e depois vem toda essa barafunda sobre a Lei Seca. Isso é uma cortina de fumaça - cortina de fumaça! Porque inclusive os assassinatos em bares e botecos da periferia são por causa do narcotráfico e não por causa da bebedeira! Para saber disso é só ler os jornais, não é preciso fazer pesquisa, não é preciso gastar dinheiro para fazer pesquisa. Todo mundo sabe disso. Essa é outra questão para esconder o “sol com a peneira”. Cortina de fumaça! Nós temos de enfrentar, sim, fazer blitz, prender quem está dirigindo bêbado nas madrugadas, mas os “azuizinhos” não são convocados para fazer as atividades de madrugada; os brigadianos também não. Na sexta-feira, no início da noite, evidentemente, isso pouco ajuda, ajuda apenas para arrecadar IPVA, que não é um problema de segurança, é um problema de evasão fiscal, tributária. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Neuza Canabarro está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. NEUZA CANABARRO: Exma Verª Maria Celeste, nossa muito digna Presidente; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, nós estamos acompanhando pela imprensa todo esse trauma do desastre aéreo, toda essa crise que estamos vivendo há quase um ano. Sentimos que há uma impotência dos dirigentes de realmente mudar as pessoas que lá estão e que, comprovadamente, não têm condições.

Paralelamente a isso, Verª Maria Celeste, fomos surpreendidos por um escândalo na nossa Assembléia Legislativa em relação aos selos, e eu venho a esta tribuna para dizer que, na tarde de ontem, participando de um programa na Rádio Guaíba, fui questionada sobre a colocação de alguns Vereadores e se haveria necessidade de esta Casa fazer uma CPI. Imediatamente coloquei que não via fato determinado, Ver. João Antonio Dib, e que, se alguma relação existia, ele tinha que primeiro ser apurado, porque a nossa quota é para selos, é para aerogramas, para cartões, é uma cota que se usa em Porto Alegre, dado o cadastro que nós temos, só para cumprimentar pelos aniversários, por todo o mais. Então, não via justificativa. Mas, ao mesmo tempo, enfatizei o trabalho da Mesa Diretora sob a liderança da Verª Maria Celeste, que tem tido a coragem de tomar medidas que talvez não sejam simpáticas, mas que são realmente aquelas medidas necessárias por quem preza o dinheiro público que está sendo administrado, porque o ralo do dinheiro público ocorre nas pequenas coisas, e a Verª Maria Celeste, embora sofra pressões, tem recusado, tem negado diárias, passagens e está mantendo tudo isso dentro dos limites permissíveis do nosso orçamento, com muito cuidado. Então, nós não vemos nenhum fato que leve a uma CPI. Não quer dizer que aqui não haja esses casos ou que se tenham outros, porque todo setor público tem essa dificuldade, assim como se encontra no privado, só que no privado o controle interno é maior. E aí nós diríamos, Verª Maria Celeste, que tem que ser utilizado sistematicamente o controle interno para que não se tenha nenhuma surpresa. Então, em relação à Câmara, nós estamos muito tranqüilos.

Gostaria de dizer ao Ver. Guilherme Barbosa, que aqui tentava justificar os gestos obscenos do Ministro Marco Aurélio e do seu Assessor, que, em hipótese alguma, no momento em que todos estamos fragilizados, inseguros com todos os nossos governantes, com a situação de morte, da exposição que ficam as pessoas, não cabe a um Ministro achar que a responsabilidade cabe a outro, não, a responsabilidade é dele também, é responsabilidade de quem coordena, de quem tem o mando. Então, é inadmissível ter um Ministro e um Assessor com esse caráter, com esse perfil. E nós, aí sim, nos surpreendemos que não tenha havido uma medida forte do Presidente Lula, afastando imediatamente os inoperantes, os obscenos e os de mau-caráter.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Margarete Moraes está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Presidenta, companheira Maria Celeste; Vereadoras e Vereadores, antes eu quero dar os cumprimentos muito sinceros ao nosso Ver. João Antonio Dib, que estava de aniversário ontem. Parabenizo-o pelo seu entusiasmo, pelo seu exemplo, pela liderança que exerce nesta Casa com todos os Partidos, pela sua seriedade, pela sua inteligência, sobretudo pela sua juventude, Ver. João Antonio Dib. Vida longa!

Quero fazer uma referência ao meu Partido, o Partido dos Trabalhadores, que, nesse fim de semana, Verª Sofia, Ver. Adeli, conseguiu realizar o 3º Congresso, que foi dirigido pelo nosso Presidente Olívio Dutra. Compareceram lideranças estaduais, nacionais, delegados de todo o Estado do Rio Grande do Sul naquele sábado e domingo chuvoso e frio; eles estavam firmes lá trabalhando. Esse é o terceiro Congresso do nosso Partido, e é a primeira vez que estamos na Presidência da República, é um fato diferenciado. Muitas idéias nós pensamos, repensamos o nosso Partido, as nossas metas, e tenho certeza de que a delegação do Rio Grande do Sul vai levar grandes idéias para o Congresso Nacional.

Ontem nós também demos uma lição de democracia quando o nosso companheiro Chico Vicente, Presidente Municipal, cumprindo um acordo e cumprindo a idéia de uma visão compartilhada do PT, deu posse ao companheiro Cícero Balestro na presidência, um jovem militante, mas que tem uma experiência antiga no Partido.

E não posso deixar de tratar novamente dessa terrível tragédia que acometeu Porto Alegre, o Rio Grande do Sul, o Brasil. Nós ainda temos que ter muita cautela por muito tempo, uma tragédia dessa natureza não acontece por uma única causa, jamais. Como já falei aqui, poderia ter sido imperícia humana, muitas pessoas já dizem isso, mas não podemos afirmar; poderia ter sido um erro mecânico, algumas imagens nos mostram que o avião passou na pista em três segundos, e o anterior passou em 10 segundos. Hoje sabemos que o avião estava a 175 quilômetros por hora, isso é normal ou não é normal? Eu não sei, nós não somos especialistas para já termos com precisão o que aconteceu. Poderia ser problema da pista, sim, isso está sendo investigado pela Polícia Federal, ou de muita tensão nos aeroportos, excesso de vôos no aeroporto de Congonhas, muitas operações, pois ninguém quer chegar em São Paulo e ficar em Guarulhos e levar duas horas para chegar à Cidade, Congonhas é quase no Centro da Cidade. Foi um marco arquitetônico modernista, símbolo do progresso do Brasil, eu acho que é uma das edificações mais bonitas do nosso País, o aeroporto de Congonhas deve ser saudado, é muito bonito, só que a vida cresceu, e ele ficou pequeno para tanto volume de trabalho. Também poderíamos pensar na aquiescência das Prefeituras, pode ser de qualquer Partido, eu sei que o PT governou São Paulo duas vezes: o posto de gasolina construído ali perto e um edifício de muitos e muitos andares, muito alto, tiveram a permissão da Prefeitura de serem construídos, não é culpa das pessoas. Mas houve permissividade.

O que temos de fazer é apurar todas as causas com muito rigor, com muito respeito, em nome da vida dessas pessoas que se foram. E também não dá para entrar num clima de muito nervosismo, quando, em Porto Alegre, vimos imagens do aeroporto de Montevidéu e de Buenos Aires, aeroportos que estavam fechados por condições climáticas, e as pessoas exigindo das companhias que o avião decolasse. Não poderia sair daqui. Então, não dá para confundir as coisas, e acho que todo o cuidado é pouco para examinarmos essa tragédia, sem sensacionalismo, sem a espetacularização de uma tragédia.

Acho que temos de ter muita discrição nesse caso, apurar tudo e, sobretudo, aprender com os erros para não errarmos em outras cidades, em outros locais. Claro que agora exigem medidas duras, drásticas, pois, com a diminuição de vôos, vai alterar com as outras capitais, com as outras cidades do Brasil, mas pretendemos que isso se resolva definitivamente.

Por fim, sobre a questão dos selos: já fui Presidenta, substitui o Presidente João Antonio Dib, fui substituída pelo Elói Guimarães, depois pelo Dr. Goulart, e agora, com a nossa querida Maria Celeste, temos certeza absoluta de que não há nenhum problema com relação aos selos nesta Casa. Não foram boas as declarações para a imprensa ao dizer que poderia ter havido alguma coisa parecida ou semelhante com a Assembléia Legislativa. Isso nunca aconteceu, porque cada Vereador é responsável por sua cota. Podemos discutir se é uma cota muito alta ou muito baixa e mudar isso.

Mas, em todo o caso, acho que a Verª Maria Celeste fez uma manifestação muito importante nesta Casa na última Reunião Representativa, e agora essa nova medida é boa, é saudável, pelo menos para evitar esse diz-que-diz-que, porque, na verdade, temos a consciência tranqüila e sabemos que, nesta Casa, nunca houve nenhum problema parecido ou semelhante com esse que, infelizmente, ocorreu na nossa Assembléia Legislativa. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada, Verª Margarete.

Quero parabenizar não só o Ver. João Antonio Dib, mas também o Ver. Alceu Brasinha pelos seus aniversários e entregar aqui o cartão de aniversário aos aniversariantes.

 

(É feita a entrega dos mimos.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Luiz Braz está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, com toda a certeza, nós todos estamos acompanhando as notícias sobre o acidente acontecido em São Paulo, acidente que culminou com a morte de muitos gaúchos - a maioria naquele avião era de pessoas aqui do Rio Grande do Sul. Há algumas explicações que realmente eu acredito que nos enojam, porque, afinal de contas, essas explicações tentam apenas - algumas delas - fazer com que a população fique atrapalhada e não saiba exatamente o que pensar a respeito do acidente. Se nós não tivermos a consciência de que é a ANAC, no Brasil, a responsável pela fiscalização das empresas e dos aeroportos - portanto é a ANAC que tem a obrigação de saber se uma empresa está cumprindo regiamente com os concertos, com as revisões das aeronaves -, se nós não soubermos disso e não tivermos certeza disso, podemos até dar razão ao Presidente da ANAC, o Sr. Zuanazzi - que já foi Vereador aqui desta Casa -, quando ele apenas diz, e já repetiu várias vezes: “Não, agora o tráfego aéreo vai entrar na normalidade; mais dois dias, e estará tudo normal”.

Acontece que nunca está normal, e ele agora, para resolver o problema, resolve que ninguém mais vai viajar, não se pode mais comprar passagem naquele aeroporto lá de São Paulo. Não dá para comprar mais. Então se resolve assim, ou com aquela outra medida, Ver. João Dib, que vai ser tomada nos próximos momentos, nos próximos instantes: as passagens aéreas vão subir de preço, só vai conseguir viajar a classe “a” e talvez a “b”; os outros, na verdade, se quiserem, vão andar de ônibus ou no lombo de burro, porque, afinal de contas, não existe trem, porque também terminaram com os trens aqui no nosso País. Então, o transporte, Ver. Mario Fraga, num País como o nosso, imenso, vai ficar muito difícil.

E aí eu vejo os Vereadores virem aqui e quererem apenas - os Vereadores do PT -, quererem apenas justificar os atos dos seus dirigentes maiores dizendo: “Olha, culpa do repórter que flagrou aquele dirigente petista”, dirigente que fez um ato que deveria merecer o repúdio de toda a sociedade. Porque, depois da morte de centenas de pessoas - centenas de pessoas em dois acidentes, porque não foi só um acidente, nós estamos praticamente muito próximos daquele outro acidente que aconteceu lá no norte do País -, logo após isso, o cidadão faz um ato obsceno assim: “Olha só, o que importa? Morreram lá, mas nós ficamos livres, porque, afinal de contas, a culpa é da companhia aérea, não é nossa”. Então eu acredito que isso realmente é muito ruim; a forma como está sendo tratado esse assunto é muito ruim.

A Verª Sofia Cavedon fez com que vários Vereadores aqui desta Casa assinassem um documento, um abaixo-assinado contra a privatização do Banrisul, só porque, Ver. Ismael, o Banrisul estava vendendo ações a fim de se capitalizar. E a Verª Sofia Cavedon e um grupo do PT passaram para a população a idéia de que aquela venda de ações era a privatização do Banrisul. Eu quero ver agora a mesma ação da Verª Sofia Cavedon, porque a venda de ações da Infraero, que começa também agora para poder se capitalizar, essa venda de ações deve ser tomada também como privatização? Vossa Excelência vai também passar um abaixo-assinado aqui nesta Casa para que a Infraero não seja privatizada? Ou a medida aqui era apenas político-partidária? Era apenas ideológica; era apenas fingimento, para que as pessoas pudessem acreditar que o Banrisul estava sendo privatizado. Acho que temos que ser menos atores aqui e, na verdade, mais representantes públicos, porque assim vamos prestar um melhor trabalho para toda a população.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, queria ainda retomar essa discussão que os Vereadores colocaram na manhã de hoje sobre a crise aérea brasileira, crise que se aguça, arrasta-se no último ano neste País. Nós, no Rio Grande do Sul, evidentemente ainda estamos sob o impacto das nossas perdas; ainda estamos vivendo a dramaticidade infeliz do reconhecimento dos corpos das mulheres e dos homens que tiveram a infelicidade de entrar naquele vôo no nosso Aeroporto Salgado Filho com destino a São Paulo. Portanto, acho que a solidariedade às vítimas e o apoio aos familiares têm que estar no centro das nossas preocupações, inclusive não só para agilizar os procedimentos, mas também para pressionar as medidas de políticas públicas no Brasil, que são políticas federais para o setor aéreo brasileiro.

Acho que ninguém com bom senso procura transformar uma tragédia em uma ação política. Ninguém de bom senso procura partidarizar um debate que é um debate de direitos humanos, que é um debate da vida, que é um debate da segurança brasileira na área dos aeroportos. Porém acho que cabe a todos nós, que temos responsabilidade pública, de não isentarmos nenhuma autoridade responsável pela política aerobrasileira. Cabe a nós não justificar nenhum ato messiânico de alguém que realmente se omite da sua responsabilidade. Isso não ajuda ninguém, não ajuda a sociedade brasileira, não ajuda nem o Governo dos próprios Vereadores que procuram justificar esses atos - atos obscenos, atos de irresponsabilidade pública, atos de incompetência. Eu acho que todas as pessoas que têm responsabilidade pública têm que exigir dos Governos, sejam eles seus Governos ou não, a definição de autoridades competentes para os setores, para as entidades, para as instituições, para as empresas públicas de qualquer área, principalmente se essa área for uma área que trabalha com a segurança das pessoas.

Portanto ajudará muito o País se, principalmente, os políticos vinculados aos Partidos do Governo Federal exigirem que a administração da Infraero, da ANAC, do DAC, enfim, de qualquer órgão responsável pela política aerobrasileira seja de volta devolvida aos profissionais que têm conhecimento e portanto condições de administrar bem e com segurança essas empresas. Eu acho que isso é o mínimo, o mínimo que o Governo deve à sociedade brasileira, isso é o mínimo que deve aos que faleceram e a muitos outros que inclusive por necessidades profissionais usam freqüentemente os aviões deste País. Justificar o injustificável não ajuda em absolutamente nada, portanto é justo que seja repudiado.

Mas é muito importante também podermos falar no Brasil de coisas positivas que acontecem, é muito importante falarmos dos avanços da sociedade brasileira, na organização das suas instituições, na busca dos seus direitos, é muito importante falarmos, também, um pouco do nosso Município neste período de Comissão Representativa, que é exatamente quando temos mais disponibilidade de tempo de acompanhar as atividades da nossa Cidade, atividade do nosso Município. Então eu queria, para encerrar, comemorar dois importantes avanços que tivemos esta semana. O primeiro foi na área da Educação Infantil, mais uma creche foi inaugurada na Restinga, uma área onde as mães trabalhadoras há tanto tempo reivindicavam uma maior quantidade de vagas para colocar as suas crianças de zero a seis anos. E ressalto a importância dessas creches, que são construídas com espaços lúdicos para as crianças. E também quero comemorar um convênio que está sendo firmado pela Prefeitura para aquela população que mora entre a Rua Frederico Mentz e a Rua Voluntários da Pátria, mais de cem pessoas poderão mudar a sua condição de habitantes de uma condição de subabitação para a propriedade de suas próprias casas. Então, eu acho que essas duas notícias são notícias alvissareiras para Porto Alegre, fazem parte do crescimento da garantia dos direitos da nossa população, principalmente daquela população que mais precisa.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma Srª Presidenta desta Casa, Verª Maria Celeste; quero agradecer o bom-senso do colega Bernardino Vendruscolo, por me ceder esta oportunidade, porque tenho compromissos logo após a minha fala.

Eu não poderia deixar de vir aqui para, em nome do Democratas, externar os nossos pêsames, os nossos sentimentos a todos os familiares envolvidos em mais esse trágico acontecimento no nosso País. De luto, estamos todos nós, brasileiros. Na Aeronáutica, nós temos problemas sérios; temos também, na parte terrestre, em torno de 40 mil mortes; temos balas perdidas ceifando vidas, mas, enfim, o que nos assalta é que isso estava previsto. Júlio Redecker disse que um dia aconteceria, e aconteceu com ele.

Dez meses de crises no setor, sem que se tomasse uma providência! Ver. João Antonio Dib, nada mais é do que uma crise de comando, uma crise de hierarquia. Abre-se o jornal de hoje, e o nosso Ministro da Defesa diz que não tem nada a ver com o acidente. Está aqui para nós lermos. O Sr. Milton Zuanazzi diz que não tem nada a ver, que a ANAC não tem nada a ver com os problemas dos aeroportos. O Sr. José Carlos Pereira, o Brigadeiro, diz que viu o avião deslizando, também acha que não é problema de pista, que não é com ele. O Presidente da República, com certeza, também disse que não tem nada a ver com isso, porque, do outro lado do jornal, eu vejo outra notícia que faz com que todo o povo brasileiro se sinta enlutado: “Planalto” - vejam os senhores - “descarta condolências”. Quer dizer, não temos nada que ver.

Em contrapartida, ontem, houve uma missa de corpo não-presente da Srª Fabiana Hetzel Amaral, grávida de cinco meses, esposa do assessor jurídico do Democratas, Dr. Ricardo Ferraz. Quero trazer isso de público e mostrar a grandeza de uma figura, de um comportamento de pessoa responsável, a nossa Governadora. Num ato singelo, na Paróquia do Menino Deus, repleta - pela sua estrutura -, lá estava a nossa Governadora. Tratava-se de uma gaúcha, como se tratou de brasileiros, e o Presidente até hoje... Diz aqui a nota: “Planalto descarta condolências”. É triste vivermos num País com essas dimensões maravilhosas, sem crises, sem hecatombes climáticas e termos crises de posicionamento humano, de solidariedade. Isso nos dói, isso faz com que a gente se sinta verdadeiramente entristecido, para não dizer brutalizado.

E, como se isso tudo fosse engendrado, falo em irmãos de farda, como sempre falo aqui, que três dias após são condecorados! São condecorados os agentes responsáveis, não pelas mortes, mas pelas crises, agentes responsáveis por tomarem as providências são condecorados, com uma das condecorações mais altas que a Aeronáutica dá, que foi assinada pelo Presidente Juscelino Kubitschek, para autoridades que mais contribuíram com a aviação brasileira. Pessoa que, em todos os momentos da crise, ou estava fumando charuto na Bahia ou estava viajando para Lisboa. Os nossos filhos, os nossos parentes, os nossos amigos viajando, e os pais de coração na mão ligando para ver se chegaram aos seus destinos e a que horas chegaram.

Mas peço a Deus que olhe para esse povo maravilhoso e dê a ele um comando digno, responsável, que assuma suas responsabilidades e não fuja dos aplausos e nem das vaias. Que Deus nos abençoe e abençoe essas famílias, que são as que mais sofrem, as que mais perderam parentes, que foram vítimas do desleixo administrativo do nosso País. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra em Comunicações.

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Verª Maria Celeste, Presidenta desta Casa; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, hoje quero fazer aqui uma homenagem aos motoristas. Hoje é o Dia de São Cristóvão, e principalmente os motoristas da Capital - os motoristas de táxi, de lotação - são outras vítimas dos homicídios. Então, os nossos cumprimentos, o nosso respeito pelo seu dia, o Dia de São Cristóvão.

Eu não me canso de vir aqui e falar sobre o Projeto que se construiu nesta Casa, que é o Projeto do ITBI. A cada mês se confirma o aumento na arrecadação. E vejam a resistência que se teve, num primeiro momento, até de parte da Fazenda e de alguns Vereadores, pela preocupação, sim, de que nós pudéssemos ter uma queda na Receita. Mas vou só citar alguns números para confirmar o quanto esse Projeto foi interessante em termos financeiros também para a Fazenda Municipal. Registro que, quando o construímos, não foi com esse objetivo, e sim para atender aquelas milhares de pessoas que precisam ter oportunidade de escriturar os seus imóveis.

Mas, pegando como exemplo janeiro de 2005, quando nós não tínhamos o parcelamento do ITBI, comparando com janeiro de 2007, nós temos um aumento de 70% na arrecadação, pois lá, em janeiro de 2005, nós arrecadamos 4 milhões e 832 mil reais e, agora, em janeiro de 2007, 8 milhões e 451 mil reais. Se pegarmos o mês de maio, vamos ter um aumento de 40% na arrecadação: lá em maio de 2005, arrecadamos 6 milhões e 601 mil reais, e, agora, no mês de maio de 2007, são 8 milhões e 163 mil reais. Se pegarmos o mês de junho, nós vamos ter um aumento de 35%. Todos nós sabemos que o mercado imobiliário e a Cidade não cresceram tanto, então não há outra justificativa a não ser essa condição especial de parcelamento do ITBI.

Antes de mostrar outra situação que nos preocupa muito aqui na cidade de Porto Alegre, também, em nome do PMDB, queremos nos solidarizar com os colegas que fizeram os seus discursos aqui em respeito às vítimas do acidente. Eu acho que tem muita gente explorando isso, eu tenho um pouquinho de preocupação, mas não posso deixar de fazer um registro: acho que naquela homenagem, naquele momento, erraram os militares e erraram os homenageados, que não deveriam ter aceito; deveriam ter suspendido aquilo para receber lá na frente, em respeito a essas famílias e àqueles que morreram. Eu acho que realmente foi inoportuno o momento; enquanto se está contando cadáveres, eles vão lá e recebem condecorações. Então, falharam os militares também, os militares da Aeronáutica, com todo o respeito, aqueles que promoveram isso. Nós temos que tomar cuidado para não generalizar, porque nós, políticos, também temos, neste País, sido vítimas da generalização; por isso temos que começar a nos preocupar com este princípio: o de não generalizar as classes. Mas àqueles que podiam ter evitado aquela homenagem, naquele momento, os nossos protestos.

Eu não me canso também de mostrar aqui nesta tribuna um problema que esta Cidade enfrenta, que é o problema das caçambas (Mostra fotografias.), os contêineres. Este aqui (Mostra foto.) é um acidente mais recente, foi nesta semana, com o automóvel de um militar que tinha vindo para o Rio Grande do Sul e acabou colidindo com um equipamento desses. Este aqui (Mostra foto.) foi no mês passado, quando houve outro acidente com o mesmo tipo de equipamento. Então, entramos com um Substitutivo ao Projeto que tramita aqui na Casa, em atendimento ao apelo da EPTC, que sugeriu correções. Esse Projeto voltou a tramitar, por isso faço um apelo aos Srs. Vereadores que analisam esse Projeto nas Comissões. Sei que o Projeto já passou ontem pela Comissão do Ver. João Antonio Dib. Que bom! Agradeço. Não sei por quantas Comissões ainda passará, mas é um Projeto urgente, cara Presidenta. Nós precisamos resolver isso, e acho que a Cidade aguarda a sua aprovação para que possamos evitar que ocorram mais acidentes como esses que vêm ocorrendo. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Encerramos a participação dos Vereadores Titulares. Passamos agora para os Vereadores não-Titulares. A Verª Sofia Cavedon está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, é com profundo pesar que nós vivemos esses dias da tragédia ocorrida com o avião, marcando a nossa vida e a do Brasil. Lamentavelmente, em plenos momentos de festa, lamentavelmente ceifando vidas de forma inexplicável e brutalmente. Nós repudiamos toda e qualquer exploração. Eu acho que a Verª Clênia Maranhão falou muito bem, mas tenho aqui que concordar que houve algumas infelicidades. Acho normal que cobrem atitudes do Governo Federal, pois ele tem responsabilidade sobre o controle aéreo, sobre a política do transporte aéreo no Brasil. Foram inoportunos tanto o desabafo do nosso Ministro - considerei como um desabafo - quanto a homenagem que a Aeronáutica fez. Acho que nós precisamos, e o Governo está priorizando, junto ao próprio Lula, de uma Comissão que trate dessas medidas, para tentarmos evitar acidentes. É um acidente, pois houve uma série de elementos que contribuíram para isso, porque muitos, milhares de aviões prosseguem voando no mesmo espaço. Então, um acidente, com tantas vidas perdidas, tem que nos sacudir para sermos muito mais preciosistas - e é isso que acho que está acontecendo - no controle dos vôos, na qualidade dos equipamentos dos aeroportos; temos de repensar a estrutura e o controle dos vôos neste País. Acho que essa é a nossa responsabilidade neste momento, coletiva, das empresas, mas, sim, do Governo Federal.

Eu quero também, por provocação do Ver. Mario Fraga, dizer que tenho uma avaliação de que não houve uma mudança - anunciada no debate eleitoral, inclusive na questão dos ciclos - na concepção da escola, porque essa mudança na escola municipal de Porto Alegre aconteceu com muitos anos de debate e com o protagonismo dos professores, das comunidades, com divergências, mas com muita qualidade. Então, isso é um mérito da rede municipal de ensino, de um trabalho que está enraizado numa construção que tem a autoria das escolas e das comunidades escolares.

E quero listar - eu fiz uma pequena lista - questões que considero que a SMED não deu conta e que não continuam como eram: elas pioraram! Nós tínhamos um Plano Municipal de Educação votado e discutido com mais quarenta instituições da Educação na Cidade, Plano que foi engavetado pela Secretária Marilú. E a Secretária Marilú não tem um plano; e o Governo Federal e todas as diretrizes de Educação no Brasil indicam que temos de elaborar planos para a Cidade encaminhar o seu sistema de Educação, mas o Plano Municipal de Porto Alegre está engavetado.

Nós tivemos vários movimentos que lutaram para a reconstrução e reabertura de escolas, de creches comunitárias, algo que agora começa a ser respondido para a Cidade. Mas há uma creche, e o Ver. Mario Fraga me acompanhou em uma reunião, chamada Marietta Caleffi, que está há dois anos e meio fechada! E a comunidade só não foi ainda deitar na rua, lá no Centro da Cidade! Agora, parece que nós vamos assinar o convênio para a reabertura de uma creche numa área carente. Isso é emblemático, do tempo da Secretaria, que é lenta para responder aos problemas, não tem um planejamento, não tem prioridade.

E eu posso citar outras questões. Sobre a Escola Rincão, pronta para construir, a própria Secretária reconheceu que errou na decisão que tomou e agora começou a construção da única escola que estava priorizada no Orçamento Participativo - única! -, e a Secretaria está prometendo outras e criando demandas institucionais, Ver. João Antonio Dib, desrespeitando o Orçamento Participativo. A Escola Infantil Tronco está num espaço alugado. Há três anos, ela está toda empacotadinha para funcionar. Heroicamente, a Escola teria que ter sido reconstruída. E a Escola Nossa Senhora do Carmo, no bairro Restinga, tem que ter o seu prédio construído, uma vez que isso também está previsto no Orçamento Participativo. No entanto, não há nenhuma notícia. Nós temos concursos de monitores, Verª Neuza, que se extinguiram em 2004, e há escolas infantis com 75% dos seus quadros ocupados por estagiários, o que é uma temeridade. Nós estamos solicitando, formalmente, a realização de concurso para monitores. Programas importantes, como a compra direta de produtos hortifrutigranjeiros para alimentação, foram engavetados, e a Secretária não conseguiu reativá-los, Ver. Mario Fraga, por mais que tivéssemos feito esforços. Com relação ao tema da alimentação saudável, nós ainda temos pequenas vans, temos senhoras ao lado das escolas municipais fornecendo lanches temerosos. Nós fizemos uma reunião com a Secretária Marilú para ela elaborar uma portaria, para tomar alguma atitude que, inclusive, respaldaria as Direções, os professores, e nada aconteceu. Eu poderia listar alguns temas, como, por exemplo, Fundeb e creches: a inclusão só aconteceu em razão da mobilização da sociedade civil. A Secretaria e o Governo demoraram muito para reagir e colaborar.

Não me furtando ao desafio que o Ver. Luiz Braz me fez, eu pediria que ele lesse o Projeto que está na Assembléia Legislativa, Ver. Dib, que cria o Fundo de Previdência, para ali depositar recursos oriundos da venda de ações do Banrisul para pagar inativos do Estado. Então, não é uma capitalização para o Banrisul; é uma forma de desviar recursos do Banco do Estado do Rio Grande do Sul para pagar a folha, para pagar inativos. Isso é impossível. Aliás, isso é proibido, mas o Governo faz uma jogada para desviar recursos. Isso não capitaliza o Banco; pelo contrário, descapitaliza-o e o enfraquece. E essas são medidas de privatização, sim. E, se eu entender que essas medidas estarão sendo feitas dessa maneira na Infraero, se significar que ela será desprovida das suas funções de financiamento e de boa intervenção no sistema aéreo brasileiro, eu assinarei contrariamente à privatização, à venda de ações da Infraero.

Depois, se eu puder, quero falar sobre o Plano Diretor, pois é um tema que nós não podemos abandonar. O Ministério Público está advertindo o Governo Municipal no sentido de que as Audiências Públicas, Ver. Mario Fraga, são apenas consultivas. O Ministério Público advertiu o Governo formalmente, porque ele sabe que, na reunião do Conselho do Plano Diretor, em que foi discutido o Plano que vem para cá, Ver. Dib, muitas questões aprovadas irregularmente nessas Audiências estão compondo o novo Plano Diretor, e a Cidade está sendo entregue para o poder econômico.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu queria questionar algumas afirmativas feitas pela Verª Sofia Cavedon, porque acho que as críticas são sempre bem-vindas, mas elas têm que ser um pouquinho mais fundamentadas. Se há uma coisa que evidentemente é reconhecida pela sociedade porto-alegrense é a capacidade técnica, e eu acho que é muito importante que uma Secretaria da Educação seja administrada por uma professora capacitada, o que, infelizmente, às vezes, não é bem assim, é muito mais pelas políticas ou pelos políticos. Eu acho que um dos importantes avanços que a Prefeitura de Porto Alegre tem tido nesta gestão José Fogaça é na área da Educação, pois a Secretária Marilú imprimiu, com muita radicalidade, o princípio que rege a gestão do Prefeito José Fogaça. Ela não destruiu absolutamente nada que havia sido construído nos Governos anteriores, que foi construído com a comunidade escolar. Eu acho que isso é um modelo na área pública que deve e tem que ser seguido, porque a coisa pública é pública.

E a segunda questão foi a incorporação de conceitos extremamente modernos na área da Educação, conceitos que têm, inclusive, propiciado aos estudantes uma possibilidade de expressão do seu conhecimento e do enorme entrosamento com a sua comunidade. Essas duas questões, aliadas ao enorme avanço que nós temos tido na nossa política da infância e da adolescência, têm que ser saudadas, porque trabalham com o futuro das pessoas. É inquestionável o enorme avanço na área da infância; inclusive, no Brasil, a Educação Infantil, das crianças de zero a seis anos, até a Constituição de 1988, sequer era considerada como uma atribuição da área da Educação. Inúmeras creches estão sendo criadas dentro da política de Governança, com a participação da comunidade, da Prefeitura, garantindo que essas creches, que essas escolas infantis tenham toda a informação e propiciem a todas as crianças o seu espaço de criatividade, de crescimento e de conhecimento.

E, ainda nessa área da infância, houve a ampliação do número de Conselheiros Tutelares, o que vai, exatamente, preencher aquela lacuna de atendimento que havia na nossa Cidade. E tivemos a democratização do próprio processo eleitoral - inclusive sempre reforçamos a importância da participação desta Casa, da sua Presidente, do conjunto das Vereadoras e dos Vereadores para a qualificação desse processo.

Eu acho que esses avanços que foram construídos coletivamente têm que ser divulgados, porque podem inspirar outros Municípios na construção de políticas educacionais que, efetivamente, coloquem a questão do aprendizado do aluno no centro das nossas preocupações.

E em relação ao Plano Diretor: eu acho que, quanto mais se discute com a comunidade, com a Cidade o Plano Diretor, há mais possibilidade de chegarmos nesta Casa, na próxima semana, quando iniciarmos os debates deste segundo semestre, com mais informações. Eu não posso entender que um Vereador critique o fato de o Secretário Fortunati ter democratizado ao máximo esses debates. As coisas que apareceram lá são propostas da sociedade! Todos nós sabemos que quem aprovará ou não aprovará a proposta que chegar do Executivo somos nós, os Vereadores. Mas é muito importante que, nos instrumentos da democracia direta, a Prefeitura de Porto Alegre faça exatamente o que ela está fazendo: discutindo regionalmente e trazendo para esta Casa a escuta da sociedade porto-alegrense. Evidentemente os setores econômicos estiveram presentes, e não pode deixar de ser assim, seríamos muito ingênuos se achássemos que, num debate do Plano Diretor com a comunidade, todos os setores envolvidos e interessados não estariam presentes. Mas cabe a nós, que somos os responsáveis pela aprovação do Plano Diretor, decidirmos quais as propostas que serão ou não incorporadas no processo de revisão do Plano Diretor de Porto Alegre.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Verª Clênia Maranhão.

O Ver. Mario Fraga está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MARIO FRAGA: Verª Neuza Canabarro, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste pela TVCâmara, primeiro quero dar um grande abraço no Ver. João Antonio Dib pelo seu aniversário, ocorrido ontem. Também quero, neste momento, fazer uma homenagem, pensando no João Dib, que conheceu meu falecido pai, motorista da Prefeitura em 1961, a todos os motoristas. Inclusive neste momento o nosso Prefeito presta uma homenagem aos motoristas da CARRIS, da EPTC, a todos os motoristas de Porto Alegre.

O tempo realmente é curto, cada vez que a gente vem falar aqui há mais assuntos; e agora eu poderia seguir a Verª Clênia, Líder do Governo, também falando sobre alguns assuntos da cidade de Porto Alegre, mas vou responder de imediato à Verª Sofia Cavedon. Quanto ao Plano Municipal de Educação, a Administração Popular esteve à frente do Município todo esse tempo, que nós sabemos, e não colocou nada em prática. Agora passam dois anos do Governo Fogaça, e a Verª Sofia cobra. Sobre a creche Marietta Caleffi, Verª Sofia: estive com V. Exª na reunião com a Marilú. Foi por problemas financeiros que a creche fechou, e fechou em 2004, no Governo da Administração Popular, faz três anos, e até hoje a situação não foi resolvida. Mas infelizmente acontece...

Eu só estou tentando falar sobre dois assuntos. Infelizmente, até na minha querida Vila Nova o nosso Posto de Informática está fechado por problemas financeiros. E, quanto à agricultura, V. Exª tem razão nesse ponto.

Eu tinha recortado uma matéria de um jornal, e a Verª Clênia se antecipou, informando que avança a definição do Plano Diretor. O Secretário Fortunati, do nosso Partido, o PDT, tem feito o possível e o impossível para levar adiante a sua discussão. E agora também, falando para o outro Governo: desde 1999, Verª Neuza Canabarro, o Plano está para ser previsto. Hoje, em 2007, o Governo Fogaça vai fazer a sua revisão, que já poderia ter sido feita no Governo retrasado, no Governo passado, mas vai ser feita neste, no nosso Governo.

Como falei antes, há coisas boas, Ver. Adeli: a extensão da linha T-11. Verª Neuza, principalmente para nós, da Zona Sul, mesmo que não usemos o ônibus neste momento, porque usufruímos do nosso carro, mas tantas pessoas, tantos amigos nossos da Zona Sul agora têm o ônibus da CARRIS que vai até a Zona Sul-Extremo; o T-11 passou a funcionar dia 21, na segunda-feira. Vai fazer 45 quilômetros, sai lá da Av. Cavalhada, quase esquina com a Av. Juca Batista, e vai até o Aeroporto. Quarenta e cinco quilômetros percorridos em 55 minutos, e vai beneficiar uma população de 50 mil usuários, Ver. João Antonio Dib.

Como nós também fizemos um programa esses dias na TVCâmara - volto a afirmar, V. Exª sempre afirma que 21 Vereadores já seriam suficientes... Uma das poucas coisas que discordo do Ver. João Antonio Dib é isso. Nós precisávamos de mais Vereadores nesta Cidade. A Verª Clênia falou dos Conselheiros Tutelares, Ver. João Antonio Dib, que não conseguem cuidar das nossas crianças em Porto Alegre. E serão 50 Conselheiros a partir do dia 30 de setembro. Eles não conseguem cuidar de todas as nossas crianças, e 36 Vereadores vão cuidar dos nossos adultos? É difícil! Tenho falado isso ao Ver. João Antonio Dib, nosso mestre aqui na Casa, sem dúvida nenhuma, não desfazendo dos outros Vereadores, mas ele tem uma grande memória e sabe, conhece as ruas de Porto Alegre. Outro dia eu lhe disse: “Há Vereadores que não conhecem a Ilha, e há Vereadores que não conhecem o Beco da Vitória, lá no Extremo Sul”. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Ver. Mario Fraga.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ADELI SELL: Verª Neuza, colegas Vereadoras e Vereadores, já foi mencionado aqui que hoje é o Dia dos Motoristas. Nossa saudação, principalmente, aos motoristas do transporte aqui desta Casa, aos motoristas do nosso transporte coletivo, trabalhadores que têm uma tarefa muito importante e que hoje estão à mercê de uma brutal insegurança na Cidade; aos que dirigem os nossos ônibus, lotações e táxis a nossa homenagem especial.

Hoje também no interior do Estado e em muitos outros lugares se comemora o Dia do Agricultor. Aqui em Porto Alegre, por Legislação nossa, comemoramos o Dia da Agricultura, e há uma exposição no Largo Glênio Peres, como todo o ano se faz, sobre o que se produz na nossa Cidade. A Verª Sofia lembrou antes a questão da produção que nós temos na Zona Sul e de como é importante que a Prefeitura retome os convênios com os produtores rurais para que tenhamos alimentação saudável nas nossas escolas. Inclusive o Sindicato dos Hospitais montou uma cooperativa para adquirir produtos e assim garantir a melhor qualidade de alimentos nos hospitais. É algo extremamente importante que nós, mesmo em Porto Alegre, possamos registrar a importância da agricultura, porque temos uma área agricultável muito importante, a segunda maior entre as capitais do País, só perdendo para Palmas, no Tocantins.

Quero aqui trazer alguns problemas da Cidade. Eu tenho recebido muitas chamadas, e meus colegas de Bancada têm recebido inúmeras cobranças principalmente sobre a situação da Cidade, Cidade que começa a ficar triste, sombria, com um desregramento profundo: falta de fiscalização dos órgãos da Prefeitura, ausência dos fiscais de trânsito, buracos que não são tapados, corredores de ônibus que estão insustentáveis - é só subir ou descer a Av. Protásio Alves para todo mundo saber da situação das paradas de ônibus, os paradões totalmente destruídos, sujos e pichados.

Nós temos a situação dramática que vivem os moradores do bairro Floresta e adjacências, pela infindável obra, que já deveria ter sido concluída no final do ano passado e que continua a passo de tartaruga: o Conduto Forçado Álvaro Chaves. Esta semana, segunda-feira à tarde, eu estive na região. Naquele buraco imenso que tem na esquina da Rua Dr. Timóteo com a Av. Cristóvão Colombo, dois - pasmem! -, dois operários torciam fios daquele grande conduto, que é uma obra volumosa, importante para a região e que está totalmente atrasada. Agora, o que me preocupa mais é o mutismo da Prefeitura, que não diz nada para os comerciantes sobre quando a obra vai ser concluída, obra que não tem qualquer fiscalização. Na Rua Dr. Timóteo, por exemplo, tem um estacionamento que perdeu, Ver. Brasinha, 90% do seu comércio, porque, como a obra está paralisada, os caminhões estacionam em qualquer lugar, os carros estacionam no meio, no leito da rua, porque, afinal de contas, não dá para passar para o outro lado, e ele perde todos os seus clientes. Bares, restaurantes, lojas, farmácias estão hoje à beira da falência como acontece também na região da Av. Baltazar Oliveira Garcia.

É um desdém total e absoluto do Poder Público local, que não tem olhado para as comunidades; é a ausência nas reuniões comunitárias. Recebi, na Bancada do PT, esta semana, um grupo de pessoas que participam dos fóruns de segurança, cobrando a ausência do Governo nas reuniões do Conselho, o esvaziamento do Conselho Municipal de Segurança Pública, o esvaziamento dos fóruns regionais de Segurança Pública, enquanto aumenta o índice de roubos em relação à CARRIS. Antes eu disse aqui que houve 375 assaltos na CARRIS em 2006, e, nesses sete meses de 2007, já são 290 assaltos, média superior a um assalto por dia. Isso só em uma empresa, e a Prefeitura está muda, o Governo Municipal não toma nenhuma atitude em relação a isso.

A minha Bancada, a Bancada do Partido dos Trabalhadores, representada aqui por nove Vereadores, tem levantado um conjunto de questões, tem apontado saídas, soluções, mostrado sua experiência, porque vários de nós fomos Secretários, como a Verª Margarete Moraes, a Verª Sofia, o Ver. Guilherme, o Ver. Todeschini, eu mesmo. Nós temos apontado o caminho; no entanto, o mutismo é total e absoluto. Mesmo na SMIC, muitas vezes somos atendidos pelo Secretário, mas, no caso dos nossos briques, das nossas feiras, as pessoas que estão lá na ponta não estão tratando devidamente as pessoas. Portanto nós estamos aqui para cobrar uma mudança de posição do Governo Municipal. Ter atitude é importante para quem quer ser Governo, porque hoje nós não temos Governo, temos inoperância e autoritarismo. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Ver. Adeli Sell.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta dos trabalhos, Verª Neuza Canabarro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, em homenagem ao Ver. Mario Fraga, eu vou discutir um assunto que me agrada profundamente. Eu tenho dito que deveríamos ter menos Vereadores. Quando cheguei à Câmara, eram 21 Vereadores, e funcionava melhor do que hoje. Eu mostrei, esses dias, quando nós votamos o recesso, que levou mais de um ano com 36 Vereadores - antes eram 33 -, e que, quando a Câmara de 21 Vereadores recebeu a proposta de redução de recesso, em 58 dias foram analisados o Projeto, os três Substitutivos - houve cinco Sessões de Pauta, sete reuniões da Comissão que analisou o problema, e o Plenário derrubou a redução do recesso. Eu não concordo com a idéia de não ter diminuído o recesso, mas, de qualquer forma, em 58 dias houve solução, nunca passava um problema de um ano para outro, e hoje nós temos na Ordem do Dia processo de 1992, processo de 1999!

Bom, temos 36 Vereadores, e o Ver. Mario Fraga está preocupado com o fato de que os Vereadores não conhecem toda a Cidade; deveriam conhecer, porque Porto Alegre tem, em números redondos, 500 quilômetros quadrados; se 36 Vereadores não podem cobrir 500 quilômetros quadrados, como é que 55 Deputados Estaduais dão cobertura a 280 mil quilômetros quadrados? Será que os Deputados conhecem todo o Estado? Não, conhecem por regiões, por partes, mas são 280 mil quilômetros quadrados, o problema deles é 560 vezes maior do que o nosso, e eles têm apenas 19 Deputados mais do que nós temos de Vereadores.

Então, eu acho que o problema do Brasil, na realidade, é o excesso de Parlamentares, é o excesso de legisladores, ou de pretensos legisladores. Na verdade, a função maior do legislador é fiscalizar o cumprimento da lei. Quando fizer uma lei, ela há de ser clara, precisa e concisa, e não apenas mais uma lei para ter um nome embaixo. Não! E acho que nós temos um Congresso que nos complica, que nos envergonha, que nos deixa muito tristes, e não é porque a maioria não seja de bons Deputados, é porque só aparecem os maus Deputados e os maus Senadores. Agora saiu um Senador que renunciou para não ser cassado, e entrou outro que tem uma ficha judicial - não foi julgado ainda tudo - muito maior do que a ficha daquele que saiu! Então, realmente eu acho que o Congresso Nacional deveria reduzir o número dos seus Deputados.

Se fizéssemos a mesma proporção que os Estados Unidos têm, nós teríamos 234 Deputados; os Estados Unidos têm 435, mas têm 50 Estados, têm um milhão de quilômetros quadrados a mais que nós, têm cem milhões de habitantes mais que nós e têm mil vezes o nosso dinheiro. Então eu acho que nós poderíamos ter a mesma proporção que eles, 234 Deputados, e nós teríamos mais facilidade em fiscalizar as coisas que acontecem neste País, porque a gente, quando não quer resolver o problema, nomeia uma grande comissão. E o que é a Câmara Federal? Uma comissão de 513 Deputados, e nunca chegam os 513 ao Plenário! Mesmo nos momentos mais importantes, não há 513 Deputados no Plenário! Por que nós temos 81 Senadores? Para quê? Os Estados Unidos têm 100, mas têm 50 Estados, têm dois por Estado. Mas lá é Estado, não é o território do Amapá, do Acre, que são Estados criados agora sem nenhuma necessidade, não resolve problema nenhum.

Então eu acho que o Ver. Mario Fraga, quando reclama de mim, ele não reclama de uma maneira muito correta. Eu acho que o povo brasileiro ficaria muito mais feliz se houvesse menos Deputados, seria mais fácil fiscalizá-los também, porque eles são fiscais, sem dúvida nenhuma, mas eles deveriam, antes de qualquer coisa, fiscalizar a execução orçamentária, não fazer emendas orçamentárias para beneficiar esse, aquele ou aquele outro. Então eu acho que, se houver menos legislador neste País, o País vai melhorar bastante. Eu até fiquei emocionado quando li nos jornais do ano passado - o próprio Presidente da República declarou isto, e a Ordem dos Advogados parece que também falou a respeito do assunto; depois desmentiram - que se faria uma Constituinte com um número “x” de Deputados por um ano, para fazer uma nova Constituição, em que nós, daí sim, poderíamos diminuir o número de congressistas, porque não precisamos de todos eles, assim como não precisamos de todos os Ministérios que foram criados pelo Presidente do Governo, até para trazer o Mangabeira Unger. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. MARIO FRAGA: Com todo respeito ao Ver. João Antonio Dib, que pode entender que os Vereadores são obrigados a conhecer toda a Cidade, quero dizer que eu mesmo não conheço toda a Cidade; eu acharia bom que todos os Vereadores conhecessem, é só nesse sentido.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Esclarecido, Ver. Mario Fraga. Visivelmente não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Reunião às 11h34min.)

 

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